Inteligência: necessária e suficiente para explicar a sobredotação?
DOI:
https://doi.org/10.32870/talincrea.vi12.88Palavras-chave:
Sobredotação, Inteligência, Altas capacidades, Talentos, Excelência.Resumo
A sobredotação é um fenómeno complexo associado às elevadas capacidades e/ou desempenho. Tradicionalmente definido pelo elevado quociente de inteligência (QI), reconhece-se hoje que o conceito não se circunscreve à inteligência. A sobredotação aparece identificada com as altas capacidades ou talentos, saindo da área intelectual e da área académica para incluir, também, a área artística, o desporto, a investigação científica ou a gestão empresarial, por exemplo. Tais capacidades emergem em contextos de aprendizagem e de desenvolvimento favoráveis, e para a sua expressão convergem outros constructos psicológicos como a personalidade, a criatividade, a motivação ou o sistema de valores. Não se podendo falar em sobredotação sem nos reportarmos às variáveis cognitivas abrangidas no conceito mais amplo de inteligência, seguramente que o seu desenvolvimento e expressão requerem o contributo de outras variáveis pessoais e contextuais que, potencialmente, podem ser de mais fácil intervenção e modificabilidade. Neste sentido, o presente artigo analisa as teorias de maior relevo na área da sobredotação, procurando encontrar respostas para a necessidade versus suficiência da inteligência na explicação da sobredotação.