A INVISIBILIDADE DE MENINAS SUPERDOTADAS NA ESCOLA: UM DIÁLOGO ENTRE GÊNERO E AUTOCONCEITO

Resumo

Apesar do alto potencial cognitivo, pessoas com altas habilidades/superdotação (AH/SD), especialmente meninas, enfrentam dificuldades na validação de suas necessidades educacionais, na sua forma de ser e de estar no mundo. Nesse sentido, o trabalho visa apontar o quão urgente é compreender e provocar mudanças na concepção sobre as AH/SD a partir de discussões que contemplem a problemática de gênero, além de trazer reflexões sobre como a vivência escolar pode influenciar no modo como essas meninas constroem seu autoconceito - conjunto de percepções e ideias que elas têm de si mesmas. Para isso, foi realizada uma revisão de literatura a partir da busca por produções acadêmicas dos últimos 5 anos em plataformas digitais como o Portal de Periódicos e Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a base de dados Public Medline (PubMed), resultando em 11 artigos científicos e 1 dissertação de mestrado em que se destacam quatro temas principais: o cenário educacional frente às AH/SD, os papeis de gênero no contexto escolar, os desafios em ser uma aluna superdotada e a influência da vivência escolar na construção do seu autoconceito. O estudo aponta a escassez de pesquisas sobre a temática e ressalta a necessidade imediata de mudanças na compreensão sobre AH/SD com enfoque na questão de gênero, uma vez que confirma a subidentificação de meninas superdotadas em relação aos meninos, além de sinalizar que o ambiente educacional tem papel crucial no que tange à promoção ou inibição do desenvolvimento do autoconceito positivo dessas meninas.